top of page
Foto do escritorRemo Bastos

A ameaça do obscurantismo contra as humanidades

Atualizado: 26 de out.




Precisamos nos manter atentos à ameaça civilizacional do discurso utilitarista, que despreza as ciências humanas.


"O enfrentamento [dos graves problemas sociais, éticos, econômicos e ambientais que afetam nosso planeta] precisa se dar pelo conhecimento, não apenas pelo conhecimento gerado nas tradicionais ciências duras, no grupo das disciplinas STEM (science, technology, engineering, mathematics), mas também pelo conhecimento sociopolítico-cultural gerado pelas artes e as ciências humanas e sociais. Já há alguns anos, não por acaso, se avança do STEM ao STEAM, onde o A representa as artes, e, agora, rumo ao ESTEAM, onde o E representa a ética.


Parece mero exercício de retórica, mas não é. Como bem lembrava, há alguns anos, David W. Orr, temos sido levados a crer que toda a educação é boa e que quanto mais educação houver tanto melhor. Orr, no entanto, alerta que, sem significativas precauções, como as trazidas pela ética, a educação se confunde com instrumentalização e ela pode apenas equipar as pessoas para serem “os vândalos mais eficientes do Planeta”.


E mais! Ao comentar sobre os riscos de uma educação meramente instrumental e apolítica, ele lembra do competente arquiteto alemão Albert Speer, Ministro das Armas de Adolf Hitler: “Em seus anos nazistas, Speer foi um técnico e um técnico dos bons. A escola lhe deu as ferramentas que puderam ser usadas pelo Terceiro Reich, mas não lhe deu nem a capacidade de perguntar por quê, nem a humanidade necessária para reconhecer o rosto da barbárie quando ela estava à sua frente”.


A verdade é que sem as devidas precauções, corremos sempre o risco de formarmos o que William Zinsser certa vez chamou de “bárbaros altamente qualificados”: engenheiros sem escrúpulos que constroem prédios e usam materiais que põem em risco a vida dos moradores; bacharéis em direito que não têm compromisso com as leis e com a justiça; médicos mais preocupados com o bolso do que com a saúde de seus pacientes; dentistas menos preocupados com a saúde bucal da comunidade do que com os seus safáris na África."


Leia o artigo completo aqui.



Comments


Post: Blog2_Post
bottom of page